Hoje iremos falar sobre as cintas de elevação de carga.
O içamento e movimentação de cargas é uma atividade que esta
relacionada diretamente nas atividades da indústria automotiva, construção
civil, energia renovável e vários outros. Equipamentos de grande porte como guindastes,
gruas, pontes rolantes, caminhões guindauto são utilizados para realizar tarefas
de montagem de usinas, torres eólicas e grandes prédios. Na execução dos
trabalhos de içamento, na maioria das vezes nos preocupamos com equipamentos e materiais
e não damos a devida importância às cintas de movimentação de cargas, peças
fundamentais para realização das atividades de içamento.
As cintas de elevação existem para tornar o içamento de
cargas funcional, seguro e ágil. Devido a sua leveza, facilidade de manuseio e resistência
ela se tornou um dos acessórios mais utilizados nos trabalhos de içamento.
Existem dois modelos de cintas, a tubular (conhecida popularmente como jiboia)
E a sling (conhecida
como cinta reta).
Atualmente no Brasil a regulamentação para fabricação,
utilização, inspeção, conservação, reparos e descartes esta vinculada a ABNT NBR 15.637, nela você encontra
tudo sobre cintas de elevação.
Como inspecionar cintas
da forma correta
O primeiro passo antes da utilização de cintas de elevação é
a realização do check list, a conferência prévia para comprovar se a cinta esta
apta a trabalho. Os pontos principais á serem
observar são:
Ø
Cortes na longitudinal ou transversal;
Ø
Contaminação por produto químico;
Ø
Perfurações internas;
Ø
Olhais em condições de uso (em cinta slings);
Ø
Etiqueta de identificação (azul);
Atenção especial deve ser dada para as cintas tubulares,
pois, devido á alma ser totalmente revestida pela capa de proteção é quase impossível
saber se possui fibras rompidas. A
recomendação para a inspeção é apalpar a cinta em toda a sua extremidade a fim
de identificar alguma saliência, calombo ou corpo estranho preso à mesma.
Em ambas é recomendado que a inspeção seja realizada em
local plano e limpo, para que a visão do inspetor não seja comprometida e a cinta
não se contamine se o local estiver contaminado.
É necessário que a inspeção seja feita por um profissional
qualificado para o trabalho, sinaleiro rigger, projetista de rigger, operador,
encarregado de elevação e ou supervisores que entendam do tema.
Que tipo de material
deve utilizar cintas?
É recomendada a utilização nos seguintes materiais:
Ø
Levantamento
de tubos, caibros e tábuas;
Ø Equipamentos
que tem sua resistência fraca (Frágil)
Ø
Peças
que possam por sua característica correr o cabo de aço
NOTA: É proibida a
utilização de cintas em cargas com aresta cortante e sem ação de proteção.
É
proibido
Ø Dar
nós nas cintas;
Ø Expor
cintas em quinas vivas sem proteção;
Ø Utilizar
cintas em superfícies quentes;
Ø Fazer
união direta nos mesmos olhais;
Ø Arrastá-las;
Ø Contamina-las
com óleo.
Identificando uma
cinta de elevação
As cintas fabricadas conforme a NBR 15.637 possui uma etiqueta de identificação que contem
informações fundamentais para a realização do içamento seguro. Informações de:
Ø
Fabricante;
Ø
Data de fabricação;
Ø
Fator de segurança (F.S)
Ø
Capacidade a forma choker (laçado)
Ø
Capacidade na forma basket (berço)
Ø
Capacidade na vertical e em ângulos;
Ø
Largura, capacidade e cumprimento etc.
Recomenda-se que as
cintas sem essa identificação devem ser colocadas fora de operação.
Tabela de cintas
Existem três formas de identificação de capacidade da cinta
de elevação.
A primeira é: A etiqueta de identificação citado no item
anterior;
A segunda é: as cores das cintas conforme tabela abaixo
A terceira, infelizmente nem todas as fabricantes utilizam são
as costuras na cinta de elevação. Se
você notar, alguns fabricantes costuram na longitudinal da cinta costuras
correspondentes a capacidade da mesma ex: (cinta cinza 4 toneladas em sua longitudinal
existem 4 costuras normalmente nas cores pretas indicado sua capacidade). Lembro
que nem todo fabricante opta por fazer essa identificação, mas sabemos que é
uma ótima ação para identificação de capacidade.
Nota: Sempre conferir a etiqueta (azul).
Ângulo de acessórios você Sabia?
Pessoal, chegamos a um tema que tem causado muito acidentes
do trabalho no içamento de cargas. Em função da negligência por parte de alguns
profissionais da área que expõem os acessórios além da capacidade que foram
fabricados e por mera falta de conhecimento.
Vocês observaram que na etiqueta de identificação possui um
campo que indica a capacidade dos acessórios nas formas basket, choker, vertical e em ângulos de 30° 45° e 60° graus.
Essa é para não errar mais. Vamos pegar um exemplo de uma
cinta da cor lilás de 1 tonelada (1.000 kg).
Utilizada na forma vertical sua capacidade é de 1.000 ou 1
tonelada (tonelada brasileira é representada pela letra “t”)
Na forma choker
ela perde 20% da sua capacidade, sendo assim ela fica com a capacidade reduzida
de 800 quilos.
Na forma basket a
sua capacidade sobe para 2 toneladas. (observe que deve estar paralelamente
conforme a figura da etiqueta. Qualquer ângulo imposto ela perderá a capacidade
ficando com capacidade inferior a 2 toneladas)
Em ângulo de ate 45° (são utilizadas duas cintas ficando com
capacidade de 2.000 quilos) ela
perde 30% da sua capacidade, ficando
para 1.400 quilos.
Em ângulo de ate 60° (são utilizadas duas cintas ficando com
capacidade de 2.000 quilos) ela perde 50%
da sua capacidade, ficando para 1.000
quilos.
Varias empresa proíbem a utilização de ângulos acima de 60°.
Fator de segurança de acessórios (F.S)
O fator de segurança em cinta regulamenta e amparada pela NBR 15.637 existe para garantir que o
acessório vai suportar os esforços dinâmicos que ocorrem durante a movimentação
de carga. Um erro na operação, uma oscilação da carga, a carga se prender em
algum lugar durante o içamento, situações essas que contribuem para o aumento
do peso no acessório.
As cintas coloridas possuem o fator de segurança 7:1, por exemplo, uma cinta lilás de 1
t suporta esforços dinâmicos de 7 t.
A partir daí, você já pode notar que a cinta precisa ser
capaz de suportar esforços superiores ao peso da carga. Basta respeitar os
limites das cargas efetivas, que a operação de movimentação ocorrerá de forma
segura.
Nunca utilize o F.S para içamentos, e sim para as cargas dinâmicas.
Duvidas, sugestões de temas e melhorias deixem nos comentários.
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